sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Falta graça ao 'Brazil's Next Top Model'



Produzido pelo canal de TV paga Sony, o "Brazil's Next Top Model" já está no terceiro episódio de sua segunda edição, mas mostra que ainda falta muito para atingir a mesma qualidade do original norte-americano no qual se baseia. Era de se esperar que, nesta nova temporada, o reality show já estivesse mais maduro, mas a sensação que fica no telespectador ao assistir à atração é de puro amadorismo.

O episódio de ontem mostrou a transformação de visual das aspirantes a modelo, que no "American's Next Top Model" costuma ser um dos mais divertidos. Mas na versão brasileira, a mudança das candidatas foi totalmente sem sal. A impressão é de que todos que aparecem na atração não têm a mínima intimidade com as câmeras, desde os jurados, a apresentadora Fernanda Motta e as próprias modelos.

A edição também não privilegia. Os conflitos e as intrigas entre as participantes, algo necessário para levantar qualquer reality show, não aparecem muito. No lugar, só são mostrados comentários vazios das garotas. Talvez o que falte mesmo ao programa é conteúdo, tanto das candidatas quanto de quem o produz. Porque mostrar as meninas tendo uma aula com uma nutricionista falando sobre o que comer, e depois elas contando o que aprenderam, foi algo totalmente desnecessário.

E o que dizer sobre Fernanda Motta? Os realities shows têm de seguir um modelo parecido ao do original quando são produzidos em outro país. Mas todo o carisma que Tyra Banks - a apresentadora da versão americana - tem, falta a Fernanda. A top model fala sussurrando, não tem o mínimo de empatia com a TV e dá conselhos para lá de subjetivos para as candidatas.

O amadorismo é tanto que no episódio de ontem a bancada de jurados terminou a deliberação sobre quem deveria sair com Fernanda perguntando a todos se eles já tinham uma eliminada. Érika Palomino e os outros concordaram com a cabeça. Mas no momento em que a top tinha de anunciar qual das duas últimas candidatas era a escolhida, ficou na dúvida entre qual foto iria puxar.

Desse jeito, o "Brazil's Next Top Model" não chegará a uma terceira edição. A não ser que consiga se manter com o dinheiro dos patrocinadores que lotam a atração de merchandising. É tanta propaganda das marcas que fica difícil para o coitado que tem de fazer o anúncio publicitário no reality show não soar falso. E o pior é que quem perde, principalmente, é o telespectador. (por Carla Navarrete)

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